02 julho 2014

Carta do Editor - Mes #2 Coragem


Dia desses eu estava assistindo à primeira temporada de Masters of Sex, que é uma série de época sobre a quebra de tabus envolvendo gênero, sexo e sexualidade na medicina e também na sociedade (aliás, vale a pena, vejam). Um dos personagens, uma doutora, não muito valorizada por ser mulher, tenta a todo custo implantar o exame de papanicolau pelo país, salvando assim milhões de mulheres. Para isso consegue uma palestra em uma conferência, mas acaba não conseguindo chegar a tempo. Já pronta para desistir e voltar para casa, sua secretária a convence de que ela devia falar com quem realmente o assunto interessa, as mulheres dos médicos, que estavam todas tomando chá no salão ao lado.

O blog, como vocês já sabem, quer ajudar a construir novas identidades para os jovens, assim como vários tantos conteúdos na internet. Nessa construção toda, a gente até esquece de que, às vezes se fortalecer é tão importante quanto enfrentar a batalha. No feminismo tem até uma palavra pra isso: sororidade, que vem do latim soror (irmã), e que significa que construir uma base de apoio às pessoas que estão passando pelo mesmo que você.

Por isso, esse mês é sobre Coragem. O passo mais importante entre o processo de se fortalecer. A ideia é ter coragem de ser quem você é, fazer o que quer fazer, dizer o que quer dizer, e não ter medo do que vier pela frente. Não significa que não vai te abater da mesma forma, mas agora você tem a disposição de dar a cara a bater. Mas o que muita gente não percebe é que coragem é um processo, individual e coletivo, de se fazer sentir confortável na própria pele. Por isso necessita de prática: se cuidar, se apoiar, se libertar é uma afirmação maior do que você imagina.


Tudo pode estar parecendo uma grande auto-ajuda (e talvez até seja), mas a gente esquece que vivemos em uma sociedade que constantemente degenerativa, e que a coragem que você vai ter pra mandar tacar o foda-se pra ela é inversamente proporcional a quão você se sente compelido a segui-la. E se livrar disso a gente só consegue se entendermos bem quem somos e porque estamos bem assim (e funciona ainda melhor se fizermos isso um pelos outros também). É empoderamento acontecendo!

No final a mensagem desse mês é: seja quem você é, rearfirme sua identidade o tempo todo e não tenha medo dos outros. I wanna see you be brave.