26 junho 2014

Resenha - Orange is the New Black: 2ª temporada


Muito se fala de quão revolucionária é Orange is The New Black. Isso pois, além de ser uma série dessa nova plataforma, a Netflix, que tem uma relação de divulgação, promoção e consumo completamente diferente, a série vai além em todo o tipo de representação imaginável. Pra quem não sabe, uma grande crítica que Hollywood sofre atualmente é de sua ambientação excludente. Orange is the New Black é justamente uma exceção: a série conta a história de Piper Chapman, uma moça de classe média alta que está prestes a se casar, até que um delito que ela cometeu anos atrás é exposto e ela tem que ir para a cadeia. A partir daí tanto você quanto a Chapman são colocados em contato com os mais diferentes tipos de mulheres: de todas classes, credos, raças, sexualidade.

É realmente impressionante a capacidade que a série tem de falar de tanta gente diferente, de forma tão completa: são dezenas de personagens, mas ainda sim nenhum desinteressante ou superficial. Isso acontece por causa do roteiro, que além de compromissado a levar essas história a sério e mostrar outro lado que não marginalizado dessas presidiárias, é completamente imersivo. Desde a primeira temporada, você é levado a se sentir como a Chapman em cada passo da sua experiência. Diferentemente da primeira, em que o ambiente é estranho e há um foco na instabilidade psicológica que aquele lugar traz, a familiarização com todos aqueles personagens - e até mesmo com novos - é tão forte nessa nova temporada que há episódios em que Piper nem aparece, ou aparece bem pouco.

Isso dá espaço para que outras emoções além da aflição apareçam - apesar dela continuar lá, principalmente no primeiro episódio, sensacional aliás. Essa temporada tem muita comédia, ainda mais do que na primeira, sempre muito bem colocada. Há mais tensão também, já que os jogos de poder ficam gritantes quando Vee entra na prisão. Há empatia, que surge nas histórias de Rosa, Crazy Eyes e Poussey. Já outros personagens mostram lados mais obscuros. Isso tudo preenche as cenas de tal forma que torna a série viciante, o que faz dela ideal para o formato de maratona em que é lançada e, mesmo com um episódio de uma hora e meia, muito fácil de ser asstida.

Se a primeira temporada de Orange is the New Black já mostrava que a série parecia ser promissora, a segunda a define a série como uma das melhores séries da atualidade, com o equilíbrio quase perfeito de peso e leveza que uma produção como essa deve ter.